Tenho medo de altura
Na última sexta-feira de
férias, do recesso escolar de julho, após quatro anos de intenção, resolvi
encarar a trilha do morro Cambirela. Todas as vezes que senti vontade de partir
para o Cambirela fui desencorajado por amigos e colegas. Na verdade, me faltava
coragem. Todos os avisos eram para subir com um guia. Fui sem guia. Somente eu
e minha namorada. Não conseguimos chegar ao cume. Vou revelar os detalhes para
você. Ficou curioso? Vem comigo então!
Mas antes, deixe-me
relatar como tudo começou. Fazer trilhas é um dos meus hobbies. Caminhar me faz
bem. Fazer trilha em meio a mata e/ou a
beira mar é sensacional. Minha primeira trilha oficial foi no verão de 2021. Mais
precisamente, em fevereiro daquele ano, em pleno carnaval. É, deixei o carnaval
de lado e fui fazer trilha. E, na minha opinião pessoal, a melhor escolha.
Resolvi acompanhar um
grupo de trilheiros na trilha da praia vermelha em Garopaba. Essa trilha é a
beira mar e inicia na praia do ouvidor, passa pela praia vermelha e termina no
rosa norte. As belezas naturais são incríveis. São mais ou menos quatro horas
de trilha. Ida e volta. Vale muito a pena. Amei. Daí pra diante não parei mais
de fazer trilhas.
E o morro do Cambirela,
sempre lá. Aquele desejo. Todos falam da trilha do Cambirela. Do visual lá de
cima. Convites em grupos de trilheiros não me faltaram. Não fui. Mas, sempre
pesquisei vídeos, fotos e comentários sobre a trilha. E quando passava na BR
101 em direção a Florianópolis o meu olhar sempre admirava o morro Cambirela. E
o desejo de subir a trilha e curtir o tal visual só aumentava.
Pra quem curti fazer
trilha entende o que estou falando. Se você não fez nenhuma trilha, recomendo
começar. Não pelo Cambirela, é claro. Comece por alguma trilha próxima da sua
residência. No meu caso, fiz várias trilhas próximas a minha residência. E
continuo fazendo. É muito divertido.
E o morro do Cambirela?
Calma. Já vou subir com você. foi essa calma que me manteve na intenção durante
quatro anos. Mantive a calma. Não era a hora. Eu sabia que um dia essa hora
iria chegar. Não entendo nada de subida de montanhas. Mas fui. O que pesquisei
antes? O tempo de subida e descida. Só isso. Vi muitos vídeos no YouTube. E só.
Convidei minha namorada e partimos.
Todas as previsões
indicavam mais ou menos seis horas de trilha, ida e volta. Então saímos cedo de
casa. Saímos de Laguna, 5h45min da manhã. Dia de muito vento nordeste. Mesmo
assim fomos. Na mochila, água, frutas, ovos cozido de galinha e muita
disposição. Começamos a trilha às 7h35min.
Só para você entender
para quem não conhece, a trilha do morro do Cambirela é classificada como
difícil. Fomos sem guia. No início da trilha tudo é festa. Após mais ou menos
1h de caminhada o bicho pega! É só subida íngreme. É puxado. Destaco que, o
morro do Cambirela vai te exigir. Sugiro preparação antes. À medida que se vai
subindo o visual vai se revelando. É incrível.
Vou resumir os fatos a
partir de agora. Antes que você desista da leitura. Já vou adiantando que,
optamos por não continuar a subir até o cume. E afirmo que foi a melhor escolha.
Chegamos ao nosso limite físico e mental. Isso aconteceu 3h depois do início da
trilha, ou seja, estávamos quase lá.
Porém, num ponto
descampado com solo em barro vermelho escorregadio, desprotegido da mata, ao
lado da perambeira o vento noroeste bateu muito forte. Foi neste momento que
escolhemos retornar. Ah! É importante destacar, caso você sinta o desejo de
explorar o morro do Cambirela, lembre-se que a descida também vai te exigir
muito. Muito mesmo. Reafirmo, prepare-se antes. Faça trilhas mais leves e assim
por diante. Ok? E, por favor, se você for subir o morro Cambirela, ou se já
foi, me escreva uma mensagem me contando como foi. Conto com você!
Então, sabe aquele meu
medo que eu revelei para você lá no título do assunto de hoje? É, o medo de
altura. Esse mesmo! Lá em cima é muito alto. E com o vento noroeste soprando em
rajadas a melhor escolha foi feita. Vamos voltar. Não chegamos ao cume. Mas
valeu a pena. A aventura é desafiadora. É possível subir sem guia? Não
recomendo. Mas é possível. A trilha é bem sinalizada.
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